Participação entre países, destacando a relação de qualidade.
-ESPORTE
Pesquisa realizada na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP com atletas de alto rendimento no Brasil mostra que os esportistas afirmam não ser devidamente assistidos em diversos fatores importantes para o alcance de bons resultados no esporte, entre eles o apoio financeiro e a estrutura para treinamentos. O estudo ouviu 449 atletas, 83 técnicos e 10 dirigentes e os resultados serão enviados à Bélgica para comparação com os dados coletados em mais 16 países por um grupo de pesquisa internacional. O trabalho foi fundamentado em pesquisas sobre fatores que levam ao sucesso esportivo internacional segundo o modelo Sports Policy Factors Leading to International Sporting Success (SPLISS), desenvolvido e liderado por um consórcio de instituições e pesquisadores de três países (Bélgica, Holanda e Reino Unido) e com a participação de outros países, entre eles o Brasil. Os atletas representam diferentes níveis competitivos, desde os colocados entre os três melhores do mundo em sua categoria até aqueles de nível nacional. Nessa amostra, mais da metade é composta de atletas de nível internacional. Um dos resultados preocupantes obtidos no Brasil para o estudo é o baixo apoio financeiro recebido pelos atletas. Entre os esportistas, 87% afirmam ser necessário recorrer à sua renda pessoal para gastos com treinamento e competições, 69,5% afirmam não receber reembolso das despesas esportivas e a maioria (64,8%) também relata não haver apoio para o pós-carreira. Durante a fase de desenvolvimento esportivo, grande parte dos atletas também não conta com acompanhamento nutricional, médico e transporte em nível regional. Em relação à infraestrutura para a prática, 73% dos atletas relatam não ter acesso a centro nacional de treinamento para o esporte de alto rendimento. Em países com sucesso esportivo internacional, geralmente é identificada uma rede de instalações com acessibilidade e qualidade essenciais para o treino e preparação. Os atletas também consideram a qualidade, disponibilidade e acessibilidade das infraestruturas de treinamento entre muito baixa e razoável.
- GEOCONÔMICA
O relatório do Desenvolvimento Humano 2011, divulgado nesta quarta-feira (2) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), classifica o Brasil na 84ª posição entre 187 países avaliados pelo índice. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil em 2011 é de 0,718 na escala que vai de 0 a 1. O índice é usado como referência da qualidade de vida e desenvolvimento sem se prender apenas em índices econômicos. O país com mais alto IDH em 2011 é a Noruega, que alcançou a marca de 0,943. Os cinco primeiros colocados do ranking são, pela ordem, Noruega, Austrália, Holanda, Estados Unidos e Nova Zelândia. Segundo o Pnud, o pior IDH entre os países avaliados é o da República Democrática do Congo, com índice 0,286. Os cinco últimos são Chade, Moçambique, Burundi, Níger e República Democrática do Congo. A metodologia usada pelo Pnud para definir o IDH passou por mudanças desde o relatório divulgado em novembro de 2010. O índice que se baseia em dados como a expectativa de vida, a escolaridade, a expectativa de escolaridade e a renda média mudou a fonte de alguns dos dados usados na comparação. A expectativa é ter os mais recentes dados comparáveis entre os diferentes países. No ano passado, o Brasil aparecia classificado como o 73º melhor IDH de 169 países, mas, segundo o Pnud, o país estaria em 85º em 2010, se fosse usada a nova metodologia. Desta forma, pode-se dizer que em 2011 o país ganhou uma posição no índice em relação ao ano anterior, ficando em 84º lugar.
O Pnud não soube indicar o que motivou a mudança de classificação do Brasil. Mas, analisando os indicadores avaliados – expectativa de vida, anos médios de escolaridade, anos esperados de escolaridade e renda nacional bruta per capita – dois tiveram mudanças: expectativa de vida e renda nacional bruta. O Brasil aparece entre os países considerados de "Desenvolvimento Humano Elevado", a segunda melhor categoria do ranking, que tem 47 países com "Desenvolvimento Humano Muito Elevado" (acima de IDH 0,793), além de 47 de "Desenvolvimento Humano Médio" (entre 0,522 e 0,698) e 46 de "Desenvolvimento Humano Baixo" (abaixo de 0,510). De acordo com os dados usados no relatório, o rendimento anual dos brasileiros é de US$ 10.162, e a expectativa de vida, de 73,5 anos. A escolaridade é de 7,2 anos de estudo, e a expectativa de vida escolar é de 13,8 anos. O cálculo de IDH alterou neste ano a fonte de informação sobre renda dos países. O dado agora passou a ser alinhado ao Relatório do Banco Mundial. O problema é que o dado dessa fonte é mais antigo (de 2005) do que o usado no relatório IDH de 2010 (que era de 2008). Os números foram ajustados e a comparação possível é que passamos de uma renda nacional bruta per capita de US$ 9.812 , em 2010, para US$ 10.162 em 2011. No material divulgado pelo Pnud é possível comparar as tendências do IDH de todos os países por índice e por valor total desde 1980. O destaque no caso brasileiro é para a renda, que aumentou 40% no período. No mesmo tempo, a expectativa de vida aumentou em 11 anos; a média de anos de escolaridade aumentou em 4,6 anos, mas o tempo esperado de escolaridade diminuiu.
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